Existe um vício, uma dependência complexa de se entender, cuja qual pude descobrir. Diferente de outros vícios, este talvez venha da alma, do berço. Ele não se escolhe, ele já acompanha. Sou viciado na fluidez, no escapo. Meu espírito não se anima com o passar do tempo, apenas. Ele quer mais, quer estar neste tempo, fazê-lo passar.E não há tempo pra o descanso da mente, nem dia nem noite, as vezes nem do corpo. A mente chama em sonhos, o corpo clama por atos, lugares, pessoas... Tudo isto me coloca em uma ausência de dicotomia que, por vezes me anima, por outras me destrói, por detestar estas coisas estáticas, mas por estas também serem meu maior desejo. É o ódio e o amor em um só sentimento, inexplicável, apenas sentindo. E então em toda esta volatilidade cotidiana me busco na agilidade, tentando um dia, quem sabe, parar. Mas não paro. Ando, mudo, refaço, crio, canto, corro... Mas ainda assim é etéreo demais, não consigo entender. Aliás, entender a nós mesmos pode ser perigoso, podemos nos assustar com nossas próprias mesquinharias, com nossas próprias capacidades. Por isso prefiro observar o outro, pois por ser outro, que não eu, não me assusta tanto e me faz sentir nem tão diferente assim. E ao fim de tudo isso só pode perceber que nada acabou. Amanhã serei outro, mais... Antes de postar já terei sido outro. É rápido.
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