quarta-feira, 16 de março de 2011

Saparadaaê


Uma boa quarta-feira a todos. Hoje, pensando um pouco na vida, resolvi escrever sobre “aquilo”. Isso mesmo, aquilo. Não, não é uma referência a sexo. Aquilo é quando você olha e não sabe identificar o que vê, não sabe explicar o que sente ao conhecer, é como estar à beira de um penhasco e sentir o coração palpitando a mais de 100 batimentos por hora. Aquilo é o NOVO que ainda sem conhecer nos referimos subjetivamente a tal coisa.


NOVO, aquela coisa ali, aquela pessoa, “saparadaâe”. Sempre assusta congela. E quem nunca esteve diante daquilo? Da medo porque pode significar rompimento, ausência do que se tinha, incerteza. Como conviver com o que nunca se conviveu, com o estranho, com a dificuldade, com a falta de conforto dos bons e velhos tempos, com a falta sensação de segurança do costume? Não existe nada mais estarrecedor do que o costume, este torna-se um vício, quase uma doença, porque achamos que tudo deve permanecer como está. Daí criamos aquela falsa noção de ISSO É NORMAL, SEMPRE FOI ASSIM. Mas nunca é. Nada é normal, tudo é construído - pois é, não tem como esconder minha orientação construtivista. - Comodidade paralisa. E quando AQUILO atravessa nossas vidas descobrimos o quão perfeito é o ato de descobrir, melhor ainda quando junto com a descoberta podemos criar. O novo vício a partir daí é inovar e a comodidade vira algo insuportável.


NOVO é quando AQUILO acontece e você olha para você mesmo e percebe o seguinte: Sou capaz de tudo o que eu quiser, desde que eu levante da cadeira e me coloque a procurar, a aceitar, a entender e a me impor.

Um comentário:

  1. Perfeito! Quem diz que nada é perfeito precisa ler este texto... Costumes são essenciais, pois sem eles nãoes, há questionamento, necessidade de rompimento de barreiras e horizontes, e até depreconceitos, vivo isso nas manifestações folclóricas. Quero romper com o lance de "no Jongo só pode danças homem e mulher, e pronto", e mesmo assim, casais de mulheres dançam para "mostrar e diferenciar" suas belezas. Danças folclóricas é para o povo, e no povo há a homossexualidade, que deve ser inserida em uma dança popular, seja ela tradicional ou absolutamente nova, criada agora... Faz parte da nossa história como Povo brasileiro e como seres humanos. Vamos amar e dançar, deixar que as brincadeiras folclóricas sejam possíveis, sempre respeitando as tradições, os costumes, mas também abrindo espaço para aqueles que querem se inserir, naqueles ou noutros ritmos maravilhosos que nos pulsa o coração e o corpo, e em suas danças e vivências! Folk Lore = Lendas do Povo.

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