quinta-feira, 28 de abril de 2011

Especial Cidades


Desde a antiguidade ela é citada. Tem de vários tamanhos, tipos e em diferentes lugares... Cidades, um aglomerado de pessoas que compartilham de um espaço geográfico comum, estruturas e um sistema de comércio e serviços, bactérias, vírus, costumes e maus costumes, tudo comum...
Confesso a paixão que tenho pelo urbanismo, sempre procuro ver nas cidades seus detalhes, peculiaridades e obras (as bem feitas). Esta semana estive em três cidades diferentes e, realmente diferentes. Mesmo estando perto uma das outras e sendo todas brasileiras – e o Brasil tem algumas características entre suas cidades, como por exemplo, falta de planejamento urbano. Mesmo assim, pude perceber algumas diferenças: a cidade pacata, onde o coleguismo e o conhecimento comum reinam, a cidade que cresceu rápido e transformou-se num grande subúrbio e a cidade fria, onde as pessoas não tem ligação com  a cidade, são apenas extrativistas urbnos. Ambas convivem, o pessoal da geografia que me desculpe, mas conurbação deixou de ser um tributo ao relacionamento de entre grandes áreas populacionais.
Nestes três casos acima pude perceber uma ligação; as cidades pacatas (pequenas) fornecem pessoas as demais duas que podem ou não criar vínculos e a circulação de pessoas, de certa forma, gera um sentimento de desterritorialização.
Peculiaridade das cidades: creio que a mais interessante de todas seja o fato de ser apenas mis um no meio da multidão. Não importa que te vejam, que te olhem, você não conhece mesmo. Mas cuidado depois que inventaram câmeras e a internet as cidades não são mais as mesmas. Não importa em qual você esteja, sempre encontrará alguém que te conhece no meio desta multidão onde você não se importa com o olhar do outro. Sempre tem um. Nem que seja para te ver pela fresta da porta de um elevador no oitavo andar, parado em um ponto de ônibus, ou dando uma volta desinteressada por algum shopping (fato).
Agora, como serão as cidades no futuro? Li uma reportagem a pouco tempo que disse que o futuro do desenvolvimento do Brasil está nas medias e pequenas cidades. Será que teremos um reêxodo, ou um êxodo urbano? Não sei. Outra reportagem que vi constatou que as novas cidades serão mais interconectadas (medo), ou até mesmo que cada prédio poderá ser considerado uma pequena cidade. E como ficariam os relacionamentos interpessoais com tanta conectividade? Onde a gente passa a saber mais de tudo, mas no fundo, não conhece ninguém ao certo. Eu tenho uma teoria, acho que gente é que nem cultura agrícola, quanto mais juntos, mais vulneráveis...
Cidade foi um forma de sintetizar que acabou expandindo tudo. É um mix síntese e antítese. Se encontra de tudo, hoje até nas pequenas. É legal de se ver os olhares, a pressa, as roupas, o medo no rosto de alguns, a indiferença no rosto de outros... ficar imaginando um prédio e as pessoas morando umas em cima das outras e o que elas devem estar fazendo. Em um ônibus são pessoas de lugares diferentes, com histórias diferentes que por alguns minutos (ou algumas horas) compartilham seu tempo e suas histórias juntos sem mesmo se tocarem disto. Resumir cidade? Não tem como resumir.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Outras considerções sobre a certeza


Não, não existem certezas. O que existe são ponderações, ideias sobre algo em que você pode ou não concordar e o outro ter ação similar. A realidade é feita disto, um conjunto de coisas que partiram das ideias, suposições e que de alguma forma encontraram constatações e daí criou-se aceitação ou não por grupos humanos, virou costume e criou-se a percepção de certeza sobre isto. Mas que é certo até o momento em que um outro alguém questionar, é tempor o que não leva muito tempo.
Por exemplo, para mim Deus é uma das poucas certezas que tenho. Mas para algumas pessoas Deus não existe. O fato de uma outra pessoa não acreditar nEle não vai significar que ele não existe ou irá me colocar em dúvida. O ponto é que para quem não credita, Deus não existe. Por tanto idéia da existência de Deus foi questionada e então não há uma certeza sobre isto. Afinal como existir algo para quem não credita neste algo? (Não sou ateu mesmo, ok?).
Certeza é certeza de acordo com o tempo, com o contexto e o grupo social. Varia de formas diversas... Nem mesmo as religiões têm certezas, por que se não para que ter tantas? E as tantas que têm variarem dentro de si e reiventarem preceitos? Nem mesmo a ciência, por que se não por que reestudar o desnecessário? Em tudo há dúvida, se há dúvida não há certeza, ou pode haver também. Afinal o que eu digo pode não ser certo e você encontrar outras respostas. Resumindo tudo, certeza não pode ser confundida com unanimidade. Certeza é um sentimento pessoal que pode, ou não, se tornar coletivo em determinados grupos.

Reescrevendo

Bem depois de um longo tempo sem escrever, pois foram dias movimentados os da ultima semana, estou de volta. Como em um blog, a realidaade também é assim (comparação tola), a gente tem que parar, descansar e uma hora reescrever. Como ja disse em outras ocasiões aqui, a vida é feita do movimento.
E para reescrever sempre há tempo, por mais que tenhamos aquela preguiça fatal de "agora não da", na verdade sempre da. Há sempre vontade, criatividade, mas que por vezes o nosso comodismo não nos permite compor. Sempre existe tempo para algo, um minuto é tempo, um dia, uma semana, ou apenas o tempo de pensar... Um dia pode significar toda a mudança de uma vida... Mas o comodismo faz parte do movimento também, se não nos acomodássemos por vezes não desccobririamos o prazer e a vontade da ação. Assim como se não existisse o sentimento de fome, não teríamos o desejo de comer, por diante. A dicotomia faz parte da existência.
Mas voltando a reescritura, é sempre bom revermos algo que ja existe; seja um comportamento, uma amizade, um amor, um desejo, um estudo. Quanta coisa se perde com o tempo, com nosso afastamento, com as incertezas. Geralmente muita gente se perde assim (em todos os sentidos de perder).
O fato é que, seja lá onde estiver, como estiver o que não se pode é ficar parado. Busco sempre reescrever, e tentar mudar para o melhor. Claro, nem sempre da e quando não dá ainda assim deve se aproveitar a situação, afinal, nem tudo é completamente ruim, sempre tem algo bom que se possa tirar. O oposto também é verdadeiro.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Referendos


Após a tragédia lá no Rio, com o atirador na escola o governo quer, mais uma vez fazer um referendo sobre o desarmamento no Brasil. Super desnecessário, movimentar uma fortuna para uma ação que não vai ter resultados significativos nos índices de violência urbana do pais. Isso é apenas fazer barulho sobre o que já aconteceu, para não mostrar inércia.
Acredito que proibir o  uso de armas a pessoas civis seja uma violação aos direitos e garantias de liberdades individuais previstos na Constituição Federal de 1988 – Não que eu queira ter uma arma, legalmente falando, mas quem quiser e necessitar deve ter o direito de poder comprá-la. O problema não são as armas domésticas, por mais que possam haver roubo das mesmas pelos bandidos. O problema está no tráfico internacional de armas, que entram sem qualquer problema por nossas fronteiras porosas. Está também no tráfico interno de armas, muitas vezes promovidos até mesmo por militares e, claro, no sistema penal brasileiro. Proibir o uso de armas não vai tirar as armas das ruas. Assim como as drogas são proibidas e existem, os jogos ilegais e outras pragas urbanas.
Engraçado é que não se pensa em fazer um referendo para assuntos que realmente terão importância para a vida civil e legal da sociedade, como referendo sobre reforma política, sobre reforma fiscal, sobre direitos civis homossexuais, e por aí vai.
Concordo que arma não tem utilidade nenhuma a não ser para forças de seguranças. Mas ainda estamos longe de uma sociedade que preze a gentileza, a educação e saúde física e mental antes de apelar pela violência. E esta violência gratuita que vemos começa dentro de casa. A coisa é endêmica!
Arma? Só no Paintball!

domingo, 17 de abril de 2011

Nada ficou no lugar

Então, meio parado isto aqui! Mas é que o final de semana andou me roubando um pouco de tempo. Aliás, os finais de semana de 2011 têm sido bastante agitados. Isso é bom, não gosto de ficar parado e aí, quando aparece algum sem muitas movimentações é bom também, aproveito para descansar. Ficar um pouco ocioso. Acho que agora no feriado da semana Santa vai ser assim. Espero!
Acostumando aqui a falar da vida de uma forma geral, de existência e mais estas coisinhas que as vezes enchem o meu saco e o saco de quem lê, hoje resolvi pensar e escrever um pouco sobre mim mesmo, minha vida. Se bem que, acredito que toda forma de expressar algo revela um pouco do espírito do criador. É assim na música, na pintura, na dança e na escrita também. Agora se minha vida é interessante assim ao ponto de você ler so eu não sei. Só sei que ela é interessante ao ponto de eu escrevê-la. Se gostar, me conte depois!
Refleti em como algumas coisas mudaram em tão pouco tempo, mas que no fundo é tudo como eu sempre gostaria que fosse. Hoje me vejo mais forte, mais confiante, corajoso até. Jamais conseguiria escrever um blog a alguns anos atrás. A possibilidade de saber que alguém estaria lendo minhas opiniões, e talvez entendendo qual seria o reflexo que eu produzia nisto era assustadora. Hoje não. Não importa mais. O porquê eu não sei. Talvez seja coisa de amadurecimento. Mas olha, as vezes sou um palhaço, uma criança. Só depende do momento (risos)
Reparei também que independentemente do que tenhamos sempre virá uma sensação estranha, em alguns momentos incômoda, de que algo falta. Se falta mesmo, não sei. É coisa de gente isso mesmo, sempre querer mais. Deve ser influência de séculos de capitalismo, só pode!
Mesmo com pouca idade eu considero que já vivi muitas coisas, muitas experiências. Tem gente que tem o dobro de minha idade e que provavelmente não viveu metade do que vivi. E por isso posso dizer que sonhos não são apenas quando a gente dorme. Não significa também que todos serão realizados, mas alguns sim podem ser verdade. Por isso não paro de sonhar. Todos os dias sonho algo novo!
Para terminar, apenas alguns versos de Adriana Calcanhotto, da música Mentiras:

“Nada ficou no lugar
Eu quero quebrar essas xícaras
Eu vou enganar o Diabo
Eu quero acordar sua família
Eu vou escrever no seu muro
E violentar o seu rosto
Eu quero roubar no seu jogo
Eu já arranhei os seus discos”
(...)
Nada ficou no lugar
Eu quero entregar suas mentiras
Eu vou invadir sua alma
Queria falar sua língua
Eu vou publicar seus segredos
Eu vou mergulhar sua guia
Eu vou derramar nos seus planos
O resto da minha alegria”

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Despoje e refaça!


Sem rodeios, vou começar pelo meio, logo no assunto e o assunto é o que não se tem. É muita coisa, toda hora, todo dia que fica difícil se expressar, opinar. Reduzir a uma possibilidade. Possibilidades? Oportunidades? São tantas que a gente se perde. Se não se sabe agarrar elas vão. Quase sempre vão. Por isso não dá muito para pensar. Pensar? O que é mesmo? Não, isso realmente não da, o que da então? Reagir, esta é a lei do movimento, a tudo se reage. Mas se você for parar para observar está tudo estacionado no movimento, é um vai e vem de mesmas coisas, do velho, já da até para decorar o roteiro, a rotina o “mesmeiro”.
E é o que então que te incomoda, rapaz? O que me incomoda rapaz? Não é nada não, como tudo se perde no mesmo, me perdi no pensamento que não se da para pensar, apenas reagi. E você o que fez? Já deve ter esquecido também, todo mundo esquece de todo mundo e de tudo uma hora. Pior que não pensar é nem mesmo reagir. Se tem uma coisa que não da é esperar. Está esperando o que? O tempo passar? O tempo não passa, meu bem, ele está sempre aqui. Quem passa por ele é você... Vai passando, vai. Quando ver nem viu passar, nem me viu passar, nem passei, talvez.
E é isso aí meu povo, minha pova, minha gente de todo tipo. Tudo vem, o medo vem, a mudança vem, a semelhança também. Mas fique tranquilo, tudo passa também, e se renova e se refaz e continua indo e vindo e a gente se iludindo. Mas opa! Ah! Se não fossem as ilusões? As utopias? Nada disso existiria, nem você, nem eu, nem a internet, nem a água encanada nem qualquer outra coisa inventada. É tudo criado, é tudo criação da criação que evoluiu não se sabe para onde e, nem ao certo de onde.
                Eu não sei de nada mais, nem de muita coisa. Mas é melhor assim e por aqui fico, sem saber o que será, o que é ao certo. Mas se soubesse também não teria graça. Porque pode não haver nada ou, até mesmo, haver excesso de tudo, mas o que não pode faltar em uma boa medida é curiosidade, vontade, liberdade. Mesmo que se descubra que ainda é pouco. Melhor até que seja pouco, porque quando é muito já não sobra mais espaço.
                É tudo muito mágico, mas não é mágica, é vida! Simples assim...