O termo Caliuga é muito utilizado em culturas orientais e quer dizer “degradação dos costumes” que simbolizaria o fim dos tempos. Costumes? Existe isso ainda? Quando convém para alguns, talvez, não é? Com costumes ou sem o que mais anda se perdendo é o respeito pelo outro a noção de que gente é gente em qualquer lugar, com qualquer língua, qualquer crença.
Temos percebido coisas incríveis, horríveis, estranhas e de todas as outras sortes e azares de adjetivos nos últimos tempos. Agora é moda, todo ano tem terremoto, furacão, tsunami, atentado... Moda? Talvez seja apenas excesso de informação. Nunca se noticiou tanta coisa ao mesmo tempo e em tempo real. Daí esta nossa impressão de que os episódios têm aumentado. Talvez tenham mesmo e, particularmente, eu acredito que estejam sim. Agora fim dos tempos? Cada evento deste já é um fim em sim. Não tem como não falar sobre o atentado a crianças inocentes na Cidade Maravilhosa (e mal cuidada) no dia de ontem. Por quê? Como? Ninguém vai saber. Mais um ser, perturbado, deixado na margem da sociedade, por vontade ou imposição, nunca se sabe. Dizem ter sofrido de Bullyng, imaginem se todos que sofressem Bullyng resolvessem matar? Caliuga já tinha acontecido há muito tempo.
Se rebelar contra a própria espécie, creio que poucos animais tenham esta capacidade, e nós, seres humanos e racionais, parecemos apresentá-la de forma mais nítida que qualquer outro animal. A nossa maior ameaça é a gente mesmo. Estranho isso não?
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