Desde a antiguidade ela é citada. Tem de vários tamanhos, tipos e em diferentes lugares... Cidades, um aglomerado de pessoas que compartilham de um espaço geográfico comum, estruturas e um sistema de comércio e serviços, bactérias, vírus, costumes e maus costumes, tudo comum... Confesso a paixão que tenho pelo urbanismo, sempre procuro ver nas cidades seus detalhes, peculiaridades e obras (as bem feitas). Esta semana estive em três cidades diferentes e, realmente diferentes. Mesmo estando perto uma das outras e sendo todas brasileiras – e o Brasil tem algumas características entre suas cidades, como por exemplo, falta de planejamento urbano. Mesmo assim, pude perceber algumas diferenças: a cidade pacata, onde o coleguismo e o conhecimento comum reinam, a cidade que cresceu rápido e transformou-se num grande subúrbio e a cidade fria, onde as pessoas não tem ligação com a cidade, são apenas extrativistas urbnos. Ambas convivem, o pessoal da geografia que me desculpe, mas conurbação deixou de ser um tributo ao relacionamento de entre grandes áreas populacionais.
Nestes três casos acima pude perceber uma ligação; as cidades pacatas (pequenas) fornecem pessoas as demais duas que podem ou não criar vínculos e a circulação de pessoas, de certa forma, gera um sentimento de desterritorialização.
Peculiaridade das cidades: creio que a mais interessante de todas seja o fato de ser apenas mis um no meio da multidão. Não importa que te vejam, que te olhem, você não conhece mesmo. Mas cuidado depois que inventaram câmeras e a internet as cidades não são mais as mesmas. Não importa em qual você esteja, sempre encontrará alguém que te conhece no meio desta multidão onde você não se importa com o olhar do outro. Sempre tem um. Nem que seja para te ver pela fresta da porta de um elevador no oitavo andar, parado em um ponto de ônibus, ou dando uma volta desinteressada por algum shopping (fato).
Agora, como serão as cidades no futuro? Li uma reportagem a pouco tempo que disse que o futuro do desenvolvimento do Brasil está nas medias e pequenas cidades. Será que teremos um reêxodo, ou um êxodo urbano? Não sei. Outra reportagem que vi constatou que as novas cidades serão mais interconectadas (medo), ou até mesmo que cada prédio poderá ser considerado uma pequena cidade. E como ficariam os relacionamentos interpessoais com tanta conectividade? Onde a gente passa a saber mais de tudo, mas no fundo, não conhece ninguém ao certo. Eu tenho uma teoria, acho que gente é que nem cultura agrícola, quanto mais juntos, mais vulneráveis...
Cidade foi um forma de sintetizar que acabou expandindo tudo. É um mix síntese e antítese. Se encontra de tudo, hoje até nas pequenas. É legal de se ver os olhares, a pressa, as roupas, o medo no rosto de alguns, a indiferença no rosto de outros... ficar imaginando um prédio e as pessoas morando umas em cima das outras e o que elas devem estar fazendo. Em um ônibus são pessoas de lugares diferentes, com histórias diferentes que por alguns minutos (ou algumas horas) compartilham seu tempo e suas histórias juntos sem mesmo se tocarem disto. Resumir cidade? Não tem como resumir.
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