terça-feira, 12 de abril de 2011

Breve Anélise Brasil

O dia de ontem foi um dia histórico para a nação brasileira, afinal completaram os primeiros cem dias de governo da primeira mulher presidente do Brasil. País este que está entre as dez maiores economias do mundo, o maior pais (economicamente, populacionalmente e geograficamente) da América Latina e entre as principais economias emergentes. E, Dilma, não são poucas as coisas para a senhoras dar uma arrumada.
Mas como anda o Brasil? Bem, não posso deixar de mencionar questões importantes à economia e a política. Estamos vendo um processo inflacionário que não anda se revelando nada tímido, basta você ir a um supermercado e comparar os preços de alguns produtos com o que eram em janeiro, por exemplo, que já da para perceber algumas significativas diferenças. O problema tem vários braços entre eles: o consumo brasileiro cresceu muito nos últimos anos, acontece que o nosso parque industrial não acompanhou o mesmo crescimento do consumo e hoje operamos praticamente no limite de nossas capacidades produtivas, então, se há muita procura e pouca produção, o que acontece? Os preços sobem.
 Outro problema é a parte infra-estrutural do país. Se a indústria não cresceu o suficiente a parte logística da coisa cresceu menos ainda. Se tratando de meios de integração física, pouca coisa mudou. Levando em consideração a região sudeste, pouca coisa mudou nos últimos vinte ou trinta anos. As estradas são basicamente as mesmas, com as mesmas condições físicas. Ferrovias só foram construídas em pequenos trechos e para produtos ou empresas específicas. Em alguns casos linhas férreas foram até mesmo desativadas. Isso também é um entrave ao crescimento industrial, pois, como produzir se não tem como escoar? Assim o transporte fica mais caro e tudo fica mais caro na hora da compra final. Mais uma vez o preço sobe.
Mais um problema que pode ser destacado é que nossa economia é fortemente baseada na exportação e colocando os produtos nacionais competindo nos mercados internacionais aumenta ainda mais a demanda. Demanda alta, preço alto.
As taxas de juros elevadas no país atraem investidores internacionais de curto prazo, especialmente, que buscam lucros rápidos e fazem o real se valorizar em relação ao dólar, fazendo com que os produtos brasileiros fiquem mais caros no exterior, transformando a produção nacional mais cara, reduzindo o poder de compra da população em produtos nacionais e favorecendo os produtos importados. Aí ainda tem um problema maior, controlar a entrada de dólares no país. Se os juros continuam altos o real continua se valorizando, se abaixar as taxas de juros as pessoas vão comprar mais no mercado interno e forçarão o setor produtivo e subir os preços... O que fazer então?
Os combustíveis já estão a preços impraticáveis e ainda nem foi dado o aumento oficial pela Petrobrás. Temos aqui uma simples equação: combustíveis caros = produção e transporte mais caros = produto final mais caro.
No ramo da política o país tem se mantido estável em suas relações internacionais, mais ainda assim mantendo um certo grau de autonomia, especialmente não se envolvendo nas questões do Oriente Médio e firmando parcerias bilaterais com diversos países. Ainda há um relacionamento tímido com a América do Sul comparando com o que se projetava a ter. Internamente ainda temos muitos impasses no congresso nacional sobre questões de reforma política, reformas tributárias e assuntos referentes a direitos civis.
Me parece que os problemas a serem enfrentados são muitos, especialmente no que se refere a macroeconomia, em fazer com que o desenvolvimento conseguido nos últimos anos continue sem se estrangular (pois, ao meu ver, se o desenvolvimento estrutural continuar lento teremos um colapso econômico em breve). O maior impedimento do país em deixar de ser um país de futuro e transforma-se em um país de presente é a lentidão com que os setores públicos funcionam, a corrupção desenfreada e generalizada que tentam camuflar todos os dias. Na política os interesses nem são prioridade dos lobbys políticos, mas sim prioridade dos interesses pessoais. Vez ou outra vemos discordância dentro dos próprios partidos, como recentemente pudemos presenciar no DEM, no PMDB (Que, aliás, para mim, é uma bagunça de partido) e no PV. Falta seriedade em nossos parlamentares, falta participação do povo, falta muito ainda para nos chamarmos de democracia plena. Se é que essa coisa aí existe! - Sem mais delongas.

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